Fluxos, Margens e Imagens
Data de Realização: 12/02/2020 a 20/12/2020
Voltada para a arte de rua, a instalação simulou colunas de concreto cobertas por arte lambe-lambe, um lago de carpas e o horizonte de um bairro paulistano, provocando nos presentes a sensação de estarem em um cenário urbano.
Os artistas Ricardo Tatoo, Camila Mizutani e o Coletivo Paulestinos, responsáveis respectivamente pelo skyline, em stêncil sobre chapa de alumínio; lago, tinta sobre chapas de alumínio, e lambe-lambes. A perfeita harmonia entre as obras foi resultado de reuniões prévias com os artistas, que nunca haviam trabalhado juntos. A seguir, todos explicam um pouco sobre suas criações.
Camila Mizutani já havia pintado suas carpas sobre vários materiais, como tecidos e papéis, mas foi sua primeira vez com alumínio. “Explorei o brilho do metal como o reflexo do lago”. A artista montou sua instalação sobre o piso do espaço, colocando as chapas em alturas diferentes, às vezes sobrepondo-as, para trabalhar com efeitos de luz e sombra e provocar uma maior sensação de movimento dos peixes. “Também quis manter o formato geométrico das chapas, para evidenciar o material original”.
Ricardo Tatoo é um antigo ativista da arte de rua e trabalha com stêncil desde 1987. “Eu já tinha intimidade com superfícies e cores metálicas e de como utilizar os reflexos do alumínio com o preto e o branco”, explica o artista. A ideia de montar um painel com o horizonte urbano veio assim ele conheceu o CCAL. “Quando vi essas janelas abrindo para um grande skyline, continuei essa sequência com uma imagem da cidade de São Paulo visto da Vila Mariana, que é onde está localizado o Centro Cultural”.
Os artistas do Coletivo Paulestinos costumam trabalhar outras linguagens junto com o lambe-lambe. Para esta exposição, eles usaram vídeos em realidade aumentada, que são acionados por dispositivos móveis quando direcionados para o símbolo do grupo. Além das duas colunas cobertas por lambe-lambes, o coletivo trouxe uma chapa de offset de alumínio impresso com os dizeres: vendo sua memória. “Escolhemos essa frase, porque o alumínio é a raiz do lambe-lambe, ao carimbar as folhas de papel espalhadas pela cidade; assim, a chapa de alumínio conserva a memória do nosso trabalho”, explica Átila Fragozo, um dos integrantes do Paulestinos.
Artista – Ricardo Tatoo, Camila Mizutani e o Coletivo Paulestinos
Curadoria – Camila Marchiori , Marianne Arnone e Silvia Toledo